sexta-feira, 10 de junho de 2016

[living]

Sei como passam os dias e não volto a encontrar-me aqui. Dificuldade em sentar-me a escrever sobre mim. E mudou tanta coisa nestes dias passados. Agora posso dizer. As pessoas mudam se estiverem predispostas a isso. Mas não as outras. As outras pessoas não mudam. Mudamos nós. Só nós nos mudamos. E esse processo é um deslumbramento do melhor de nós. 
Existem várias formas de nos transformarmos, mas geralmente algo exterior a nós, o mundo, as pessoas, as situações, tudo vai ao nosso encontro. E nós ao seu encontro. E esta relação é maravilhosa. A relação com o mundo e as sensações que obtemos dele. E, não raras vezes, dói.  Dói bastante pelas expectativa que criamos dentro de nós. Como se o melhor para nós soubéssemos de cor. E não sabemos. Se não fosse aquilo que dói eu não seria o que sou agora. Se não fosse aquilo que faz doer imenso eu não me descobriria nunca. Como é possível que de algo mau possa fazer florescer algo tão bom dentro de mim? Acho que porque não conseguimos aceitar a dor. E, então, surge uma forma de começar esta mudança. Aceitar. Aceitar as coisas como são, aceitar os outros que não mudamos. E depois começar. A pensar em nós. Ao aceitarmos algumas coisas ficamos com espaço para pensar mais em nós. No nosso coração. 
Estou a falar desta mudança porque é tão significativa para mim. Porque não é como das outras vezes em que mudava para agradar. Mudava sem mudar. Mudava aparentemente e tudo no meu coração ficava igual. Sufocava. 
Estou a viver. Sem precisar agradar, senão a mim mesma. E é isso. Sou minha. Como sempre deveria ter sido.




Sem comentários:

Enviar um comentário