sábado, 17 de agosto de 2013

Insónias

Tenho andado com muitas insónias. Acho que não vai melhorar até o pequeno j. nascer. O m. também não tem dormido muito bem. Muitos sonhos e pesadelos. Ora chora, ora ri a dormir. E penso mil coisas durante a noite. Tenho pensado agarrar num livro, mas acho sempre que vou conseguir adormecer. Mas não acontece. No outro dia fui ao supermercado e ouvimos aquelas conversas entre as pessoas mesmo sem querermos. Ou será que estamos mais despertos para certo tipo de conversas? Não consigo esquecer-me de uma criança a falar insistentemente para a mãe e ela sempre a dizer "que chato, que chato". "Mãe escolhi estes iogurtes" e a mãe sem olhar para ele disse que sim. Aquela mãe devia estar cansada. Não estou a julgá-la por não dar atenção ao filho. Via-se alguma tristeza no seu olhar, alguma infelicidade. E durante a noite penso nestas coisas. Que aquilo que falamos para os nossos filhos torna-se a sua própria voz, os seus próprios pensamentos. E o cansaço leva-nos a não ter paciência muitas das vezes. Ainda me lembrei de outra conversa que ouvi no mesmo dia. O pai falava para os dois filhos que parassem com a brincadeira, que já chegava, "vamos ter com a mãe que ela está chateada com o pai e o pai não sabe porquê". Repetiu duas ou três vezes esta preocupação com os filhos. Achei tão amoroso o pai preocupar-se assim com o que chateava a mãe. Mesmo depois de tanto tempo. Os meninos eram crescidos. 

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