terça-feira, 2 de dezembro de 2014

do julgar e saber julgar-se

Nos últimos tempos tenho visto pessoas à minha volta que sem carisma, sem ética, sem uma base sólida de princípios, sem carácter se colocam a jeito e chegam onde outros não chegam. Com permissões superiores obviamente. Não tem sido exclusivamente nos últimos tempos, mas tem-se notado cada vez mais. Uma destas manhãs, enquanto trazia os meninos para a escola, ouvia na rádio que cultura não significava saber muito sobre um tema, cultura significa saber e conhecer o que faz parte do mundo e da sociedade para poder julgar, sim julgar os outros. E saber julgar-se a si mesmo. Ora se me sei julgar a mim mesmo, então, tenho o poder de julgar os outros. Eu ouvi apenas duas frases e não sei de que livro falavam. Mas achei marcante esta forma de pensar, a de julgar os outros. Ouvimos sempre que não devemos julgar as atitudes dos outros mas onde ficamos então? Eu tenho o direito de julgar as pessoas à minha volta, como pessoa consciente que sou, que sei julgar-me a mim própria. Tenho o dever de julgar a mediocridade que existe à minha volta. Tenho o dever de condenar esta mediocridade instalada. Mas e depois do julgar? O que posso fazer para construir algo sólido, com valores e princípios que falam por si só? Como fazer as pessoas voltarem a acreditar num sistema que funcione a pensar em todos? Como podemos banir algo que foram as próprias pessoas que ajudaram a construir através e só da mediocridade? E a verdade é que (para além de sonhadora) acredito nisto, num mundo melhor, com pessoas melhores.   

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