É sábado. E tem estado a chover sem parar. A lareira acesa. tenho os meninos a mexer em coisas electrónicas. Vou fazer um bolo de erva doce e canela. Tenho 20 semanas de outro amor que vem a caminho. José Eduardo. Chove. Sem parar. Penso enquanto arrumo a cozinha e vejo a chuva cair. O poder pessoal que existe em nós quando sobrevivemos à dor que sentimos por algo que acontece connosco, à nossa volta e que desistimos de controlar. Não vou aqui dizer explicitamente o que me acontece, o que está a acontecer. Mas a verdade é que estava a pensar em resposta ao "não sei como consegues" que oiço às vezes. Consigo. E a verdade é que é exatamente como a fénix que renasce das cinzas. Como se a dor que existe nos faz renascer. Novamente. E sempre, mais corajosa, mais forte, mais tranquila, e sempre com amor no coração. Não raiva ou ódio. O interessante de suportar algumas coisas é isso. Faz-nos diferentes. Canalizar a dor, penso que será isso. Para o melhor de nós. Parece que é tão simples, escolher a felicidade, o sorriso, mesmo com tudo a acontecer. E vendo bem agora, talvez seja, depois de tudo, tão fácil escolher estar feliz. Mesmo. Apesar de.
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